Recentemente acompanhei pelas mídias a balbúrdia criada em
torno da música “Kong”, do cantor Alexandre
Pires, que foi denunciado por racismo. Segundo denúncia feita a Ouvidoria
Nacional da Igualdade Racial, órgão da Presidência da República, o vídeo da
canção utiliza "clichês e estereótipos contra a população negra" e
que "reforça estereótipos equivocados das mulheres como símbolo
sexual".
Engraçado que na noite do dia 13 de maio de 2012, o rapper
Emicida foi detido pela Polícia Militar depois de um show realizado no bairro do
Barreiro, em Belo Horizonte. Via Twitter, o músico disse que foi preso por
desacato após cantar a música “Dedo na Ferida", que fala sobre o
enfrentamento entre a polícia e as comunidades da periferia das cidades, como no
caso do despejo da Ocupação
Eliana Silva, na capital mineira. A assessoria da PM, informou que o
artista foi detido por incitação ao público através de gestos obscenos. Porém,
desta vez, não houve balbúrdia nenhuma, apenas um cantor negro sendo preso por
cantar canções ofensivas, quanto clichê ou será ironia.
No mesmo domingo, o Fantástico
vinculou uma matéria sobre uma adolescente que sofreu bullying, por ser fã do
cantor Luan Santana. Segundo a reportagem, ser humilhado e excluído de um grupo
por gostar de um ritmo musical é um dos tipos de bullying mais comuns na
adolescência.
Primeiro, o bullying representa uma adolescência decadente, sem
educação e sem limites. A coitada da fã apenas tem um gosto ruim, não merecia
ser agredida por isso. Já Alexandre Pires deveria ser sim processado, mas por
gravar uma música sem nexo algum e pela banalidade musical.
Mas a culpa é da sociedade que consume cada vez mais músicas
alienadas, sem sentido e de um mau gosto surpreendente. Uma cultura de massa
que cultua artistas descompromissados com a qualidade. Alexandre Pires só faz
parte de uma lista de músicos que há muito tempo, explora os estereótipos e faz
da mulher um símbolo de orgia.
Talvez muitos pensarão que este texto é preconceituoso, ou é
inveja pura por não conseguir dinheiro rimando “tchu tcha com tchá
thu”. Mas, ao meu ver, é humanamente impossível escutar os ditos “novos
hits musicais”, seja ele sertanejo, pagode ou funk, não há pinico que suporte
tanta caca.
Mas para a alegria de muitos ouvidos, temos as letras musicais
que fizeram e fazem história, gravadas nas memórias de gerações. Além da maior
invenção do homem, os arquivos que permitem gravar vídeos ou músicas em vários
formatos. Desta forma podemos relembrar as guitarras clássicas do rock nacional
e internacional, o piano de Tom Jobim, a voz marcante de Elis Regina, a loucura
rock'n'roll de Raulzito, entre outros que nós fazem lembrar que nosso ouvido
não é pinico.
Lembrei dessa e de muitas outras que, independente do tempo, continuam fazendo bem aos nossos ouvidos: "Papai não quero provar nada! Eu já servi a pátria amada e todo mundo cobra minha luz..."
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