segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sem pizza na rede

O Ministério da Agropecuária, Transporte e Turismo, viveram dias conturbados neste início do segundo semestre, todos os três tiveram que lidar com uma avalanche de denúncias, e de acordo com a imprensa, pelos menos dois desses ministérios estão sob a mira da Polícia Federal, pois há indícios de desvios de verbas, segundo o próprio órgão.
Recentemente Londres viveu um dia de Complexo do Alemão (antes de ser pacificada pela polícia do Rio de Janeiro), foram manifestações violentas dirigidas principalmente a polícia londrina e ao governo. Cada país ou cidade têm seus problemas e especificidades, não vamos aqui julgar o ocorrido, não é esta a proposta.
Porém, algo chamou atenção, assim como as manifestações que questionaram os regimes autoritários no Oriente Médio, conhecida pelos educadores como a Primavera Árabe, em Londres também houve uma enorme mobilização na Internet, mais precisamente nas Redes Sociais, tanto que o primeiro-ministro David Cameron sugeriu que a Inglaterra criasse alguma forma de controlar as redes sociais, com a finalidade de coibir manifestações violentas.
Para o francês Pierre Lévy, uma referência em cibercultura e inteligência coletiva, essa medida é um tiro no pé, pois as mídias sociais podem ser uma ferramenta de combate ao crime como qualquer outra. Em entrevista ao jornal O Globo, o filósofo argumentou que não há nada específico que justifique responsabilizar as redes sociais. “Sou contra qualquer tipo de censura na internet, tanto política quanto de opinião”, disse Lévy.
E no Brasil o que aconteceu? Como nos mobilizarmos em rede para manifestarmos nossa indignação frente aos ocorridos?
Por aqui existem vários sites com conteúdos voltados ao debate político e social, porém poucos são difundidos pela rede, e geralmente vivem apenas dentro do espaço virtual, não dialogam com os problemas de forma real, não se concretizam em ações.
O brasileiro tende apenas a assistir a tudo, ou nem assiste, não se manifesta e se comporta de forma passiva, quando não cai no discurso vazio de que o Brasil não tem jeito e que tudo aqui acaba em pizza.
A sugestão que fica a nós brasileiros, não é a de começarmos a realizar manifestações violentas, mas a de mobilizarmos a população através das redes, usarmos a Internet como aliada para expressarmos nossas indignações e causas, sejam elas do âmbito político ou social. As redes sociais já ultrapassaram a barreira de apenas interagirmos com os amigos ou conhecermos pessoas, a forma como nos posicionamos no mundo virtual pode e deve refletir de forma positiva no real.
A idéia não é apenas consumir notícias ou abastecer nossas redes, seja o Twitter, Facebook ou Google+, mas também escolhermos caminhos que mudem a trajetória do nosso país, cidade, bairro ou casa. Cabe a nós escolhermos nossas prioridades, e com isso plantarmos um futuro melhor para todos.

Por Tiago Rodrigues, jornalista.

Colaborador CDIMinas

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