segunda-feira, 4 de julho de 2011

Construção Civil: Mão de obra é problema no setor

Mesmo com leve retração no comparativo com 2010, um ano que tem sido considerado como "fora da curva" pelos empresários, a indústria da construção civil mantém-se aquecida no interior do Estado, com estimativa média de 6% de crescimento para o presente exercício. Depois de um período de "seca" de 25 anos, as construtoras têm aprendido a administrar os sucessivos aumentos de demanda e, ainda, a solucionar o problema da falta de mão de obra, que continua a comprometer a performance do segmento.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Governador Valadares, Adair Pereira Barbosa, enfatiza que a entidade tem atuado juntamente com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para treinar os trabalhadores no canteiro de obras e também para aumentar o quadro de reserva de pessoal, via qualificação da mão de obra na região. "Em função do programa "Minha casa, minha vida", a construção civil está aquecida", enfatiza.
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, as construtoras estão trabalhando com capacidade máxima, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do município, Leomar Pereira Delgado. "As obras por empreitada têm aumentado muito. Há, também, indústrias se instalando na região e projetos públicos", lista.
Em relação ao programa "Minha casa", cerca de 25% dos canteiros de obras da região, há muitos contratos e projetos em andamento. De acordo com o dirigente, mesmo assim, a performance do setor está abaixo da registrada no ano passado. "A base de 2010 é muito forte, agora estamos com um ritmo menos acelerado, mas todas as empresas estão com obras contratadas", afirma A previsão de crescimento para o presente exercício varia entre 5% e 6%, um percentual considerado positivo.
No Norte de Minas, a indústria da construção civil também continua aquecida, como aconteceu em 2010. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte de Minas, Leonardo Vasconcelos, a região tem acompanhado o ritmo do setor no restante do Estado. "As medidas do governo para conter a inflação repercutiram no mercado, por isso registramos pequena desaceleração no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do exercício anterior", observa.
Ainda conforme o dirigente, há pouquíssimos lançamentos de empreendimentos do programa "Minha casa" para a faixa de zero a três salários. Há alguns para a faixa de três a seis salários.
Atualmente, a região tem 40 construtoras em plena atividade de um universo de 200, espalhadas por 133 municípios. "A falta de mão de obra foi um problema grande em 2010. Neste ano, o gargalo é a venda", explica. A retomada de investimentos pelas indústrias locais também tem funcionado como incentivo extra para o crescimento do setor que promete crescer 9% no presente exercício.
Matéria-prima
Em Patos de Minas, região do Alto Paranaíba, a indústria da construção civil também está vivendo um de seus melhores momentos em mais de duas décadas, como avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Patos de Minas, João Batista Nunes Nogueira. No entanto, em relação a 2010, não há o mesmo volume de novos empreendimentos.
Ele disse, também, que as empresas têm observado aumento de preços nas matérias primas e insumos. Em relação ao programa "Minha casa", que acaba de entrar na segunda fase, o atraso no lançamento do projeto não foi bem recebido pelo setor. "A burocracia continua, o que incentiva a atuação de empresas com
know how nesse tipo de obra", afirma.
De acordo com o dirigente, as empresas das 42 cidades da região estão trabalhando na capacidade máxima. "A verdade é que quase não estamos dando conta da demanda. As construtoras estão tendo que administrar o volume de serviços para não perder negócios", aponta.
*Publicado em 01/07/2011/ Diário do Comércio/ Economia

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